terça-feira, março 24, 2009

Faltando uma parte

Há alguns anos atrás eu li um livro de poesias chamado "Os versos da morte", e nele fica claro a condição dos antigos cavaleiros medievais, e o medo da morte, esses versos serviam de certa forma para encorajar os cavaleiros a batalha e no caso de sucumbirem na guerra, que eles soubessem que se foram homens honrados, que Deus estaria a sua espera, e para Ele o rico ou o pobre não fazem diferença, mas sim a vida que tiveram enquanto vivos.

Como muitos sabem eu não tenho religião, mas a cada dia, com a perda de um ente querido você percebe que o maior problema da morte hoje, não esta em você pensar na morte e achar que deve fazer o melhor possível em vida para ter seus lugar ao céu, mas sim se conformar com a falta que alguém pode te fazer.

Um ser vivo ou morto possui a mesma quantidade de células, mas nós, será que posso dizer isso, se orgulhamos de diferenciar a vida e a morte, proibimos a eutanásia entre humanos, mas permitimos entre os animais não humanos, se julgamos superiores, mas na verdade não podemos dizer se os animais não humanos querem que desistirmos dele, ou não. Somos quase deuses, com a diferença de errarmos muitas vezes.

Hoje é um dia triste para mim, e para mais alguns próximos de mim, pois decidimos a não permanência de um ser não humano acreditando ser o melhor, mas sinto em mim a falta, e se a decisão foi a certa. Será que ele não queria continuar? E mesmo doente tentar se recuperar sabe uma espécie de milagre para quem acredita.

Fica aqui minha memória, utilizando hoje esse espaço como uma página de diário da minha vida, e não um espaço de comentários sobre assuntos variados.

É tão estranho em um dia assistir Marley e Eu, e no outro sentir a falta de um cãozinho. 5 anos junto conosco, e seu espaço na sala esta tão vazio como se faltasse parte da sala.

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